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Violino feito de tripas e sitar indiano: no dia do músico, conheça musicistas da região que tocam instrumentos fora do comum

No dia 22 de novembro, é celebrado o dia do musicista. O g1 conversou com músicos da região que encontraram uma forma de expressar a própria arte por meio d...

Violino feito de tripas e sitar indiano: no dia do músico, conheça musicistas da região que tocam instrumentos fora do comum
Violino feito de tripas e sitar indiano: no dia do músico, conheça musicistas da região que tocam instrumentos fora do comum (Foto: Reprodução)

No dia 22 de novembro, é celebrado o dia do musicista. O g1 conversou com músicos da região que encontraram uma forma de expressar a própria arte por meio de instrumentos 'diferentões'. Violino feito de tripas e sitar indiano: no dia do músico, conheça musicistas da região que tocam instrumentos fora do comum Arquivo pessoal A música faz parte do dia a dia da maioria das pessoas, seja para se distrair no caminho do trabalho, dar um ânimo durante os exercícios físicos ou até mesmo para relaxar, com diversos ritmos que acompanham o humor do ouvinte. Nesta sexta-feira (22), é celebrado o dia do musicista, profissionais que usam a música para se expressar e também como forma de sustento. Normalmente, quando se pensa em músicos, são associados instrumentos populares, como violão, guitarra, bateria, entre outras opções mais comuns. Neste dia do músico, o g1 conversou com profissionais que se encantaram por instrumentos 'diferentões', aprenderam a tocar e hoje utilizam os equipamentos também como trabalho. Dia do musicista: Violino feito de tripas e Sitar indiano, conheça instrumentos diferentes Violino Barroco (feito de tripas) Raquel Aranha, violinista de um núcleo de música barroca de São José dos Campos, toca um instrumento chamado de Violino Barroco, que diferente de um violino padrão, ele usa cordas de tripa de animais, e tem uma sonoridade, técnica e estilo diferentes do violino padrão, além de não ter os acessórios de hoje em dia, como queixeira e espaleira, e ser mais leve que o instrumento moderno. “Usar o violino barroco nos dias de hoje é um equivalente a escrever um texto do século XVIII, mas com uma caneta moderna, não dá o mesmo efeito que se usar uma caneta de bico de pena com tinta”, avaliou Raquel. Violino Barroco Raquel Aranha / Arquivo pessoal A violinista conheceu o instrumento através da paixão pela música barroca, o que a fez se aprofundar e ir atrás de aulas do instrumento. ”Depois que iniciei, não parei mais, e me especializei tanto nas músicas, quanto danças do período barroco europeu", contou. Mário toca sitar indiano. Mario Gasco Neto / Arquivo pessoal Sitar indiano Mario Gascó Neto, de Taubaté, é mais um músico que tem um instrumento não tão conhecido dentro do conceito padrão de instrumentos. Mário toca sitar indiano, um instrumento de música clássica indiana, com origem estimada no século XIII. Ele tem dois grupos de cordas, um usado para a melodia e outro grupo para harmonizar o som. “Quando me perguntam de onde tirei a ideia de estudar sitar indiano, a resposta é que não foi uma ideia. Em 2012, tive minha primeira viagem pra fora, onde, quase sem querer, fui parar em Paris. Não pensei em Louvre ou Torre Eiffel. Meu objetivo turístico era o cemitério de Montparnasse. Quando “conheci” meu então ídolo, Serge Gainsbourg (hoje tenho ressalvas quanto a obra de Gainsbourg) tive uma experiência de transe em frente a sua lápide. O que recebi ali ecoou por meses na minha cabeça: eu, que já era baterista, tinha que encontrar uma outra forma de expressão musical que não fosse apenas rítmica", contou. Após a experiência de 'transe' na vida de Mário, ele buscou por outro instrumento que o representasse, até que uma luz se acendeu ao lembrar de sua falecida tia, quem havia ensinado a ele a arte da meditação quando criança. Foi aí que ele se encontrou e decidiu ir atrás da música indiana. O músico teve grande dificuldade em conseguir o instrumento e encontrar um professor, e somente depois de muita pesquisa, ele conseguiu encontrar um brasileiro que estava de mudança para a Índia para estudar música. Então, o brasileiro o enviou um sitar e deu suas primeiras lições à Mário. "A música tem um poder absurdo " Dia do musicista: Violino feito de tripas e Sitar indiano, conheça instrumentos diferentes Para Mário, há uma crescente demanda pelo sitar em práticas voltadas ao bem-estar, meditação e yoga. “Meu foco está em explorar o potencial do sitar e de outros instrumentos em contextos mais experimentais. Essa abordagem é algo que aplico diretamente nos projetos musicais dos quais faço parte, como 'O Campo e Desreal', ampliando os horizontes sonoros e criativos.” O instrumento não só é diferente, como todo o sistema musical indiano. De acordo com Mário, uma peça musical segue uma estrutura repleta de regras específicas, mas, ao mesmo tempo, oferece uma enorme liberdade para o improviso e a interpretação do (a) músico(a). “Além disso, ao contrário do sistema europeu adotado no Ocidente, a música indiana valoriza todo o espectro sonoro, incluindo microtons, e não apenas os intervalos tradicionais. Isso torna a experiência musical mais profunda”, avaliou. Sitar indiano. Mario Gasco Neto / Arquivo pessoal Veja mais notícia do Vale do Paraíba e região bragantina

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